quinta-feira, 18 de março de 2010

SER PROFESSOR...HOJE!!!

Não sou professor, nem estou aqui como seu defensor, mas fui aluno numa época em que ser professor era sinónimo de respeito, dignidade, carinho e responsabilidade.
Os professores eram merecedores, por parte dos alunos, dos pais e até do próprio Estado de um sentimento de deferência a que outros profissionais não podiam aspirar e todos reconheciam a dignidade e a relevância do seu papel na sociedade com um misto de apreço e consideração.
Fui aluno de uma professora, que mesmo doente leccionava aos seus alunos da própria cama onde se encontrava, debilitada, mas cumprindo o dever que assumira para com eles, seria isso possível hoje?
Os tempos mudaram e, desde há algumas décadas, principalmente nos últimos anos, o professor passou a ser como que o bombo da festa em que todos batem: alunos, pais ou avós dos alunos e até o próprio patrão, o Estado, com leis que os desmotivam e desconsideram, levando muitos deles a interrogar-se seriamente se é esta a profissão que escolheram e querem seguir.
Acredito que, perante o actual estado do Ensino, muitos docentes renunciariam à sua profissão se encontrassem outra ocupação mais ou menos compatível com as suas qualificações e também não me admiraria se dentro de alguns anos viesse a haver falta de professores.
“O edifício da escola” tal como era aceite e entendido, ruiu, porque o respeito e a autoridade foram dele expulsos levando a que os “valores” descessem a níveis preocupantes bem próximos da anarquia num rápido caminho rumo à degradação do ambiente escolar.
Não é com leis atentatórias nem com polícias à porta das escolas que o Estado vai resolver o problema que ele próprio criou, não é diminuindo ou desclassificando uma das classes mais importantes do país que melhora o ensino.
Há ainda outras condicionantes que limitam, ou neutralizam até, a tarefa do professor: é a Televisão, o oposto do professor, que deseduca e compete com os docentes semeando violência gratuita a qualquer hora do dia e enaltecendo comportamentos eticamente reprováveis que mentes em formação facilmente assimilam como normais.
O futuro de qualquer país são os alunos e quem prepara esses alunos são os tais professores que o Estado desmotiva, logo, a qualidade do futuro pode estar em causa.

É preciso ganhar o respeito e a autoridade, que não deviam ter sido banidos da escola, e devolver aos professores a dignidade e o respeito que a sua missão exige.

Publicado em Dez 2008

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