segunda-feira, 8 de março de 2010

Baixa Produtividade?

Baixa produtividade?

Temos conhecimento, por declarações prestadas pelos mais variados dirigentes ou entidades patronais estrangeiras, que os emigrantes portugueses são bons trabalhadores e têm contribuído de modo bastante positivo para o desenvolvimento dos seus países e para o seu elevado grau de produtividade, relativamente ao nosso, onde é baixa e se culpa quem trabalha pelo que está e tem vindo a acontecer.
A competitividade industrial decresce, o nível de vida baixa de qualidade, o deficit público aumenta e o rendimento médio por trabalhador está cada vez mais distanciado, para menos, da média da Europa a que queremos pertencer.
Perante um tal cenário, há que encontrar razões e apontar defeitos ou vícios a corrigir e ter a coragem de os enumerar.
Não está certo que os poucos recursos financeiros de que o país dispõe, ou lhe são dados a administrar, em vez de serem canalizados no investimento ao sector produtivo, sejam tantas vezes atribuídos sem o mínimo de rigor, por gente bem instalada no aparelho partidário e que apenas pretende acrescentar mais uns zeros á direita das suas contas bancárias, não sei em que parte do globo?
São erradas as benesses e privilégios que os sucessivos governos têm vindo a atribuir aqueles que menos produzem, face a um desempenho medíocre das funções em que estão investidos, e que apenas servem para desmotivar aqueles que realmente trabalham, ou deviam trabalhar, o que sabemos não acontece devido á falta de incentivos como salário justo e outras regalias atribuídas a outros de menor valia.
É mau o funcionamento das Instituições publicas controladas pelo Estado cuja eficácia fica muito aquém do mínimo exigido, e de algumas Empresas de capitais públicos autênticos sorvedouros dos recursos que outros geram, ninhos de parasitas que urge desinfectar para bem da Sociedade no seu todo.
É a máquina administrativa quem sustenta o maior número de improdutivos e o patrão Estado, sabendo-o, ainda os regala com um sem número de bênçãos imerecidas.
Então e os nossos deputados, ditos representantes do País, que fazem eles de proveitoso para lá de se insultarem uns aos outros, promoverem a intriga e discutirem comportamentos pessoais, quanto do seu tempo de trabalho é efectivamente ocupado a resolver os interesses ou os problemas do povo?
São escandalosas as reformas antecipadas, e a cem por cento, com que o Estado, usando um tratamento quase a raiar o racismo, premeia os seus afilhados ou protegidos, muitos deles a continuar em paralelo a auferir chorudos salários em actividades que ele mesmo (o Estado) lhe proporciona ou tolera, e um numero infindável de situações negativas que os sucessivos governos não têm querido reconhecer nem alterar por incompetência mas mais por cobardia, cobardia essa que há mais de um século Nietzsche denunciava quando dizia: “Vivemos numa sociedade que tem a cobardia como adorno”
É de fazer doer a megalomania desportiva, sector onde se gastam as centenas de milhões que faltam para construir ou equipar hospitais.
E que contributo dão as forças Sindicais ou Patronais que não ousam defender o país no seu todo, mas a eles mesmos, por grupo ou facção, tentando obter ou chamar a si dividendos injustos e cavando um fosso cada vez maior entre os membros dessa mesma sociedade que aos poucos se desmembra?
Os trabalhadores são os menos culpados pela situação que se tem vindo a viver, pois se são bons lá fora, tinham obrigação de o ser também cá dentro, a culpa irá então para os governantes e gestores que não são capazes de os motivar para um desígnio colectivo nacional, por inexistente, embora se possa admitir que também haja milhares de trabalhadores cuja única meta é a espera do salário no fim do mês, mas isto só é possível devido á incompetência, á inércia, ou á incapacidade de quem os dirige.
Será verdadeira a frase: “todos querem viver á custa do Estado esquecendo-se que o Estado quer viver á custa de todos”?
Não estou tão pessimista como estava Alexandre Herculano há cerca de 160 anos quando escreveu: “Pobres, fracos, humilhados... que nos resta senão o passado” mas devo dizer que o meu entusiasmo e fé nos nossos dirigentes, estes como os passados, não são de todo positivos.
Jan 2008

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