Os Hipermercados e Centros Comerciais
Por uma questão de comodismo, todos nós gostamos de ter á mão, ou cada vez mais facilitada, a aquisição dos artigos de consumo diário, mas na prática desvalorizamos aqueles que contribuem para que isso seja possível: os pequenos comerciantes locais.
Numa época em que as grandes superfícies ou centros comerciais, usando as mais modernas e agressivas técnicas de Marketing apelam ao consumismo, colocando ao nosso dispor e de maneira cada vez mais atractiva, milhares de artigos, uns talvez úteis e necessários, outros nem tanto, é fácil cair na velha tentação da curiosidade e da descoberta, por isso aí vamos nós por essas estradas fora, á espera do milagre dos preços, comprando tanto o útil e necessário, como o inútil e dispensável.
Não sou de modo nenhum contra esses mega estabelecimentos, porque também são necessários ao equilíbrio comercial, mas entendo que podem estar a pôr em causa a continuidade dos pequenos retalhistas e assim, vir hipoteticamente a privar os consumidores dos meios rurais desse bem, que para além de material é também social, e a promover o aceleramento da desertificação.
Sabemos que nos grandes Supermercados, não somos mais que uma máquina a explorar; de cliente, temos apenas o nome, não conhecemos donos ou empregados, não há tempo nem espaço de conversa e da nossa breve passagem fica apenas a semente dos Euros na caixa ou debitados em conta bancária.
No comércio tradicional, por norma, há uma relação vendedor/cliente mais humanizada, há dialogo e amizade, há facilidade de crédito e mesmo ali ao lado, sem exigência de aval, porque o pequeno comércio serve e tem o cliente como amigo, valores que nos grandes espaços não têm cabimento.
Sabemos que os comerciantes locais, alguns, têm vindo a modernizar os seus estabelecimentos comerciais, de modo a torna-los mais atraentes e que esse esforço tem continuidade pelo que me é dado observar, esperamos que sim para bem de todos não só dos comerciantes, mas também dos clientes que deles precisam.
Sem querer enveredar pela adivinhação, actividade hoje tão aceite e promovida, não me surpreenderia se dentro de uns anos, em algumas das nossas aldeias, não houvesse sequer uma caixa de fósforos á venda, e que os seus habitantes tivessem que se deslocar léguas para as adquirir, gastando mais em transporte do que em valor de compras.
Isso só pode ser impedido com o empenho de todos, pois todos beneficiamos com a existência de casas comerciais tradicionais.
Para terminar e sem querer intrometer-me: uso apenas o meu direito de opinião, é constrangedor ver funcionários a trabalhar sábados e domingos, sem o convívio da família e dos filhos. Estes são os dias em que podiam estar juntos e desfrutar da sua companhia como se fossem uma família, já que nos restantes dias há a escola ou a creche que impossibilita essa convivência. A relação familiar está a ser afectada pelos Hipers e Centros Comerciais e nada voltará a ser como dantes!!!!
Out 2009
segunda-feira, 8 de março de 2010
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