Não é preciso possuir um título de sociólogo ou comentador político, para se aperceber com clareza que a extrema-direita na CE, está a subir mercê da incompetência de alguns governantes, que enfeudados a um sistema de privilégios e imunidades sob os quais se acobertam, imersos no luxo e na opulência, eles e os acólitos que os rodeiam, a lembrar os reis e os senhores feudais de outras eras, distribuem milhões por quem bem entendem e regateiam tostões para o verdadeiro povo que tratam como se os cidadãos que o compõem fossem de segunda classe e sem perceberem, ou fazerem que não percebem, que não é com o a imposição de sanções que vão impedir a ascensão dessas forças, antes fazendo um exame de consciência ao seu comportamento, descobrir e alterar o que se torna necessário e inadiável, isto se ainda forem a tempo.
A C.E., quase pelas mãos de Portugal, impôs sanções á Áustria como retaliação pela ascensão ao Poder de um partido de extrema-direita, sem que os austríacos houvessem cometido algum crime, mas unicamente porque usaram um direito que lhe foi dado: votar.
Tanto quanto sei, não houve na Áustria quaisquer acontecimentos racistas violentos como houve na Alemanha contra os Turcos, na França e em Espanha já recentemente com os Árabes ou Africanos, então pergunta-se, que critério usa a CE para julgar os seus membros? Será que as palavras são consideradas mais crime do que os factos reais?
A Áustria como país pequeno foi sancionada por nada ter feito, a Jugoslávia cometeu crimes e foi invadida porque não era grande e poderosa, a Rússia tem vindo a cometer atentados bem mais terríveis e vergonhosos, esmagando, matando e destruindo um povo, mas a C.E neste caso, não tem coragem para denunciar tais crimes, que estes sim, foram e são reais, podia perguntar-se: por que leis se rege a Comunidade para julgar?
Há cidadãos que são perseguidos em muitos países, mas as vozes que atacam e condenam alguns desses países, calam-se e toleram as arbitrariedades de outros, num conceito de justiça podre e decadente.
É urgente que os políticos ditos democráticos, parem e meditem nas razões da subida da extrema-direita na Europa, e saibam concluir que são eles os únicos culpados, devido á quase falência das suas ideias, e á incapacidade de pôr travão á corrupção galopante, á droga, aos incêndios, á insegurança dos cidadãos, ao medo, á violência e a outros tipos de tropelias ou chagas sociais a que o povo está sujeito, bem como á negligencia em assegurar a justiça e o direito, que muito deles, dizem ser garantes.
É normal que qualquer doente, cansado de recorrer aos médicos tradicionais e desesperado pela ausência da cura, se volte para bruxos ou curandeiros na esperança de obter melhoras, não por convicção, mas por necessidade de mudança, o mesmo acontece com os cidadãos que desiludidos e cansados de acreditar e sentindo-se enganados, colaboram por vezes para a instauração de maiorias de ideologia inaceitável, por oposição a políticas em que já não acreditam e que não respondem aos seus anseios mais justos.
É verdade que as maiorias nem sempre têm razão, e por vezes surgem, devido ao descontentamento gerado no povo pelo comodismo das forças reinantes, que são incapazes de atender às suas justas pretensões, ocupadas que estão, olhando apenas para si próprias, amigos e afilhados, foi por isso que Hitler subiu ao Poder, e outros tais podem surgir, se os actuais dirigentes mundiais continuarem a olhar só para os seus interesses e comodismos.
A liberdade de expressão é um direito, mas esse direito deve ser acompanhado pelo respeito, pela justiça e pela segurança, caso contrário, não é de todo surpresa, que haja quem seja capaz de trocar a faculdade de poder falar pela garantia de viver em segurança e autoridade.
Não pode, quem é incapaz de manter a autoridade em sua casa, querer impo-la aos outros pela força.
terça-feira, 16 de março de 2010
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