quinta-feira, 18 de março de 2010

E se um dia a neve voltar em força?

Não sou engenheiro ou técnico de estruturas, nem pretendo ser alarmista e enveredar pelo campo das hipóteses, mas também não posso ser um cidadão passivo e negar a possibilidade de algum dia termos pela frente reais acidentes de proporções inimagináveis, provocados pela neve, face à ligeireza e irresponsabilidade com que hoje se colocam algumas coberturas de pavilhões, armazéns, etc.
Ainda não há muitos anos, na cidade da Guarda e sob o peso da neve, ruíram algumas estruturas, que tanto quanto sei apenas causaram prejuízos materiais e talvez tenham surgido apenas como uma advertência: afinal a Guarda é zona de neve!
Estes acontecimentos, em vez de servirem de aviso e levarem os técnicos a calcular essas estruturas de acordo com os parâmetros que tal eventualidade exige, foram simplesmente esquecidos e, continuamos mais que nunca, a ver erguidos enormes pavilhões, industriais ou comerciais, nos quais, através de painéis frontais ou laterais, se bloqueia o natural escorrimento da água e da neve, contribuindo para a acumular e por via disso exercer uma pressão que poderá ser insustentável por alguns desses suportes estruturais provocando assim a derrocada.
A ausência de desnivelamento das coberturas, pode também contribuir para reter sobre elas toda a neve que porventura venha a cair e é mais uma situação que não parece estar a ser devidamente acautelada na elaboração e aprovação dos projectos.
Se olharmos à nossa volta, facilmente deparamos, aqui ou além, com dezenas de pavilhões, que não resistirão a um nevão de 30 ou 40 cm de espessura.
É verdade que desde há quatro ou cinco décadas não cai no Distrito um nevão de grandes proporções e de que muitos ainda se lembram, mas nada nos garante que num qualquer Inverno isso não possa voltar a suceder, precisamos é de estar preparados para tal eventualidade e isso acho que não estamos a conseguir, ou estou enganado?
Apelo daqui aos técnicos dos projectos para que se debrucem sobre este fenómeno e ajam em conformidade e de consciência tranquila e também aos responsáveis pela sua aprovação oficial para que estudem, de forma correcta e com vista ao futuro, todos os pedidos de implantação destes edifícios tendo em conta o factor neve.
Ainda que, eventualmente, esteja a ser cumprida a legislação do país, é bom não esquecer que a Guarda e uma boa parte do Nordeste são bem diferentes do todo o restante país, porque sujeitos a clima diferente.

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