O Soito é uma família?
Ainda que os meus conhecimentos no campo da demografia sejam limitados, sei, através de alguma busca efectuada durante os últimos anos, que entre 70 a 80 % dos habitantes do Soito têm entre si algum grau de parentesco, directo ou por afinidade.
Basta recuar quatro ou cinco gerações e veremos a árvore a florir, subdividindo-se em centenas ou milhares de ramos a partir de um só tronco, o que é valido tanto no domínio ascendente como no descendente.
Sabemos que temos um pai e uma mãe, logo temos quatro avôs/avós, oito bisavôs/bisavós, dezasseis trisavôs/trisavós e por aí adiante o que nos leva a encontrar origens comuns a muito breve espaço de tempo sendo algumas delas até repetidas em relação à ascendência da mesma pessoa.
É fácil de confirmar por exemplo: que um casal, quatro ou cinco gerações atrás, seja o tronco de centenas de famílias actuais, o que não quer dizer que outros também o não sejam igualmente, devido à multiplicação, tanto dos descendentes como no sentido inverso.
Então pergunto: se a maioria dos Soitenses são familiares com algum tipo de grau parental, porque vivemos de costas voltadas, fomentamos a intriga, alimentamos o boato, enchemo-nos de orgulho julgando-nos superiores, e invejamos o outro por meras circunstancias que a vida ou o trabalho lhe proporciona, dificultando-lhe a existência pacifica a que tem direito?
Embora no aspecto físico, sejamos sem dúvida familiares, no plano afectivo vivemos como estranhos, guerreando verbal ou formalmente e colocando o nosso interesse pessoal, que nem sempre nos beneficia, acima do interesse colectivo que é útil a toda a comunidade.
Que nos diriam os nossos bisavós ou trisavós, para não percorrer maior distancia, ao ver os seus descendentes ás turras, vivendo como desconhecidos ou até como adversários, quando não como inimigos? Certamente que sentiriam o que sentiria um qualquer pai ou mãe ao ver filhos desavindos e tentariam prontamente a reconciliação.
O Soito precisa, hoje mais do que nunca, que os seus filhos lutem pelo mesmo objectivo e ponham de parte as ideologias partidárias que corroem e minam a sã convivência dos povos.
Sem preconceitos, sem qualquer interesse de protagonismo ou espera de dividendos de outra ordem, todos temos a obrigação de lutar em prol do bem colectivo e pelo engrandecimento do Soito, e essa obrigação é bem mais exigida ás Instituições, ou a quem as dirige, como sejam a Junta de Freguesia, os Bombeiros, a Misericórdia, a Associação Cultural, a Associação Caça e pesca e todas as outras forças representativas da vila.
Se continuarmos a proceder como uma peça alheia ao todo do motor que é o Soito, as restantes peças, cansadas pelo desgaste, não serão capazes de cumprir, por si só, a missão que a todas compete e o colapso pode acontecer.
Out.2008
domingo, 7 de março de 2010
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