Escrever e comentar, é um risco ou um dever?
Quem escreve, e através da escrita se atreve a tornar publicas as suas opiniões, ou quando fórmula críticas e sugestões ainda que as julgue justas e oportunas no sentido positivo de alerta e nunca no intuito de combater e derrubar ideias ou pessoas, arrisca-se a suscitar nos leitores, reacções contraditórias e diversas, que podem ir desde a simples indiferença, ao elogio, ou á critica demolidora.
Uns apoiam e valorizam, outros deitam por terra e minimizam, criando-se assim uma dualidade de critérios e leituras, ou duas facções, com raciocínios e percepções diferentes.
Pergunta-se? Se as palavras são as mesmas, porque razão provocam elas, interpretações tão distintas e díspares?
Excluída a hipótese de podermos culpar a fonte, que é a mesma, será que é culpa do receptor, talvez porque recebe o sinal distorcido ou o distorce por avaria no seu próprio sistema?
As opiniões contraditórias acerca de determinado texto, levam-nos a concluir que apenas dois motivos podem causar tais comentários: conhecimento e ignorância. Quem, minimamente é portador de um relativo grau de cultura ou saber, pode, e por norma faz, a critica construtiva, retendo o que de positivo possa existir e apontando as falhas ou erros que se não devem repetir no futuro, alertando e corrigindo o autor, contribuindo assim para o enriquecimento cultural, moral e humano. Por outro lado, há aqueles que nem se dão ao trabalho de ler, condição primeira para responder com autoridade, basta-lhe saber a origem para se julgarem no direito de emitir opinião, que é mais pautada pela simpatia do que pelo valor que possa ter.
Se um determinado texto, provém de amigo ou de um portador de qualquer grau académico, tem qualidade, é positivo, aceita-se e recomenda-se, se a origem é um cidadão anónimo, sem qualificações, tem apenas o valor que tem, rejeita-se ou desvaloriza-se.
Da pouca experiência que tenho, sobram-me motivos para reflectir e concluir que grande parte dos leitores, que talvez nem leia, analisa e opina conforme a fonte, sem ter em conta o conteúdo ou a mensagem que se pretende transmitir.
Também não é de ignorar, que certos comentários depreciativos provêem daqueles que menos sabem, daí não ser relevante a sua analise ou opinião, importante é sem duvida a critica, a observação, que com critérios pedagógicos, é feita por alguém abalizado e conhecedor, perante estes, curvo-me, aceito e agradeço todo o tipo de juízo ou apreciação, ciente que estou a aprender.
Sei, e todos deveríamos saber, como dizia Sócrates, há cerca de vinte e quatro séculos, que a ignorância é que leva o homem a proceder mal, mas também não podemos ignorar, que hoje todos temos mais facilitado o acesso ao saber, através da TV, da Imprensa ou de Livros, e que só não aproveita o que de positivo têm esses meios, quem não quiser, pois como só através do conhecimento, o homem se pode projectar para lá do circulo restrito em que gravita, só estará preso a esse circulo, quem se alheia do que acontece á sua volta e se acomoda, talvez por preguiça, a uma rotina vinda do passado e que tem medo de alterar.
Todos devemos ser intervenientes naquilo que nos diz respeito, discutir ideias, projectos, analisar situações, falar ou escrever nos locais próprios, pensar que isso é irrelevante e só diz respeito aos outros, é viver na inércia, e dar carta-branca por vezes a quem não merece decidir por nós.
segunda-feira, 1 de março de 2010
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