segunda-feira, 1 de março de 2010

GUERRA E PAZ

Guerra e Paz

Á medida que os séculos se vão somando, vão também crescendo em qualidade e quantidade as armas tornando-se terrivelmente mortíferas e destruidoras porque o homem dedica uma grande parte da sua capacidade e recursos a inventar e construir o seu próprio cemitério em vez de contribuir para uma maior igualdade dos cidadãos e para o bem-estar desejável e prometido por todos os políticos quando se candidatam aos lugares de governantes.
O Mundo está a viver o advento do terror e uma das piores fases da história do homem: e tudo porque dois homens, teimosos e orgulhosos, esqueceram a via do entendimento e da humildade escolhendo o caminho da provocação, do orgulho, do confronto e da guerra, atitudes que pode alterar definitivamente o modo de vida de milhões de pessoas ou até pôr em causa a existência da humanidade.
As guerras não são feitas pelos povos, mas sim por uns poucos que deviam ser destruídos, lembro como recentemente acabou a guerra em Angola, bastando para isso o desaparecimento de um só homem!
O ódio que um só homem transporta pode contagiar toda a humanidade e causar a sua ruína, e a guerra é uma consequência da recusa e teimosia do homem em descer do pedestal do orgulho a que subiu.
Os seguidores de Maquiavel que escolheram copiar do “Príncipe” alguns procedimentos moralmente inaceitáveis, porque não leram Erasmo no seu “Guerra e Queixa da Paz” e se deixaram influenciar por tão bons princípios e ensinamentos?
Erasmo, que viveu há cerca de 500 anos e foi talvez o pacifista mais puro da história, dizia; ”Porque é que os homens dão mais provas de inteligência para a destruição do que para a salvaguarda do seu bem-estar?” e “sendo a paz a melhor e mais aprazível de todas as coisas e a guerra ao invés, não só a mais deplorável, como ao mesmo tempo a mais criminosa; acaso consideraremos que estão em seu perfeito juízo, estes homens, que embora possam com pequeno trabalho alcançar a paz, preferem mesmo assim procurar a guerra através de maiores dificuldades?” e continua “a paz adquire-se pela décima parte dos cuidados, trabalhos, moléstias, riscos e gastos.”
Referindo-se ao homem, o filosofo não é mais brando, e diz como que em nome do criador da Natureza: “Amansam-se leões, domesticam-se serpentes, os ursos tornam-se obedientes, mas há uma nova besta-fera, ruína do mundo inteiro. E continua: Que perversa divindade abastardou a minha obra? Que feiticeira encantou a mente humana e lhe deu uma forma bestial? Nada reconheço daquele homem que moldei”.
A guerra é imposta e feita por quem tem dinheiro e quanto a isso já o nosso poeta Bocage dizia em verso, referindo-se ao vil metal; “Faço a paz sustento a guerra/ Gero vícios e virtudes/ Agrado a doutos e a rudes/ Forço as leis domino a Terra.”
Termino com uma frase do poeta latino Silio Itálico que viveu no primeiro século da nossa era; “A paz é a melhor de quantas coisas ao homem deu a Natureza.” E pergunto; Mas porque razão o homem tanto a menospreza?

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