Todos estamos de acordo; é uma vergonha a facilidade com que se encerra uma fábrica, ou várias, e se colocam no desemprego milhares de trabalhadores para quem as alternativas não abundam e se sentem de repente mergulhados na incerteza, mas quanto às possíveis razões de tal fenómeno poucos nos damos conta, para além de responsabilizar empresários e governantes.
Se estamos cientes das dificuldades por que passa a economia do país e da incerteza da manutenção dos postos de trabalho, que fazemos nós para atenuar o impacto que tal fenómeno tem na sociedade?
Sabemos que, inseridos como estamos numa comunidade económica, não pode o Estado impor restrições ou impedir, que através de importações, os mais variados produtos encham as prateleiras dos grandes supermercados ou até dos minimercados de bairro e das pequenas localidades, mas podemos nós, porque a nós cabe decidir, escolher o produto que nos convém e consumir de preferência o que é nosso, pois na medida dessa escolha se mede o grau de contributo que cada um de nós dá em prol da manutenção ou extinção de muitos postos de trabalho de conterrâneos ou companheiros nossos além de fazermos pender a balança em nosso beneficio ou prejuízo, directa ou indirectamente, porque devemos saber que ao consumir artigos vindos do exterior estamos a colocar em risco o escoamento do que produzimos e a contribuir para a decadência económica do nosso País.
Se continuarmos à espera que este governo, ou qualquer outro, resolva a situação, estamos redondamente enganados, o milagre da recuperação económica está nas mãos dos cidadãos produzindo mais e consumindo de preferência do que é seu, pondo o dever de cidadania acima dos interesses individuais, pois conforme procedermos assim seremos.
Admiro nos nossos vizinhos espanhóis o forte sentido de patriotismo, a responsabilidade e o orgulho patentes na demonstração de preferência pelo que é seu, coisas que nós os portugueses apenas temos do ponto de vista teórico, já que na prática não temos o sentido de defesa do interesse colectivo, talvez fosse bom que em vez de comprarmos os seus artigos aprendêssemos um pouco com o seu modo de existir.
Também é reprovável, ainda que imposto, o modo como as autoridades administrativas conduzem o sector produtivo em Portugal ou pelo menos parte dele, pagando ou atribuindo avultados subsídios a quem nada produz, remetendo à improdutividade grande parte do solo português em contraste com o que era proposto por exemplo há meio século atrás pela frase impressa em milhares de livros; “nenhuma fonte de substâncias alimentares, recanto ou nesga de terra pode ficar inactiva” hoje promove-se o contrário e paga-se para a terra ficar de pousio sustentando autênticos parasitas, até quando, o País vai aguentar?
Março 2008
segunda-feira, 8 de março de 2010
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