Desde há vários anos, os órgãos de comunicação social e alguns governantes vêm dizendo que o nosso país é um dos maiores consumidores de álcool do Mundo.
A ser verdade, e isso depende da fiabilidade do critério usado para chegar a tal conclusão, que tem feito o governo, ou os sucessivos governos, para combater, ou inverter essa tendência que certamente todos julgamos negativa e pouco abonatória da personalidade e do comportamento de um povo?
Tanto quanto sei, o consumo do nosso vinho e aguardentes, tem vindo a decrescer há já bastantes anos, em benefício de bebidas destiladas importadas, ou falsificadas, como o whisky, gin e a vodka, não sendo de ignorar também a cerveja cujo consumo tem aumentado principalmente por parte da juventude.
É vulgar fazerem-se festas a muitas dessas bebidas, em discotecas ou outros estabelecimentos do género, muitas vezes promovidas pelas respectivas marcas que assim aliciam os consumidores menos prevenidos tornando-os mais dependentes os seus produtos. Há ainda a salientar o facto de que muitos desses clientes são efectivamente menores e que embora a lei lhe proíba a permanência, não tem, ou não pode dispor convenientemente de meios para a controlar.
Quanto às ditas festas promocionais, desconheço se alguma foi até hoje, feita ao nosso vinho, ou se qualquer marca de águas fez tal promoção.
Se o problema existe não pode ser ignorado, e pressupondo que as leis e os exemplos nos são dados pelos de cima, isto é os governantes, deve ser dito que para além das palavras pouco mais se lhe pode apontar de positivo.
Certamente que não há varinha mágica que solucione o problema de um dia para o outro, mas não fazendo nada é que o processo jamais será invertido.
Pela parte dos governantes não espero grandes alterações de comportamento, já que se são incapazes de debelar a praga da droga apesar de no seu combate gastarem milhões e sem que do seu comercio ilícito arrecadem um centavo, assim e comparativamente, como podem combater o álcool, cuja comercialização taxam com elevados impostos se pouco ou nada investem para diminuir o consumo?
É ainda incompreensível de todos os pontos de vista possíveis, que o Estado tribute a nossa aguardente com um imposto várias vezes mais elevado comparado com o que faz com bebidas estrangeiras de semelhante teor alcoólico, será que quem legisla na matéria, o faz tomando por referência o conceito de equidade?
O título atribuído a Portugal, de país mais bebedor, que em nada nos orgulha, deve ser motivo para que todos os esforços se unam, quer os do Estado, quer de outras entidades interessadas em que o nosso País saia do primeiro lugar, e em vez de discursos de retórica passe-se a uma acção efectiva.
terça-feira, 16 de março de 2010
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