quinta-feira, 18 de março de 2010

A HISTÓRIA NÃO SE VENDE.

A história de um povo é a memória do seu passado e esse passado mede-se pelos feitos dos seus filhos, ou por aquilo que é ou era seu, e chegou até nós.
A história escrita tem como suporte as coisas físicas e a sua credibilidade assenta nesses testemunhos, sejam eles construções, utensílios pessoais ou agrícolas ou ainda quaisquer outras peças que possam atestar a existência das gentes em determinada época.
Podem tais vestígios parecer simples e desprovidos de valor comercial, podem até á primeira vista parecer apenas trastes inúteis, mas ainda assim, podem esconder décadas ou séculos de uma história que nos cabe preservar e transmitir.
A propósito de história, cada um vai escrevendo a sua, conforme o comportamento com que se digna viver, sendo certo que às vezes por desconhecimento, esse comportamento não é o mais adequado e útil á comunidade em que vive, mas pode em certos casos ser-lhe pernicioso.
Hoje, mais que ontem, há povoações do interior, e o Soito não está excluído, que estão a ser literalmente pilhadas do seu património histórico em favor de outros povos, instituições, museus ou coleccionadores particulares, por alguém feito mercenário, que a troco de uns patacos, alicia os proprietários ou detentores desses bens, levando tudo o que seja velho e contribuindo assim para o desenraizamento histórico
A identidade dos nossos ascendentes, pode ser adivinhada hoje e no futuro, pelos objectos ou fragmentos por eles deixados e que estejam á disposição dos estudiosos, mas se esses elementos desaparecerem, desaparece a possibilidade de obter tais informações e por conseguinte de fazer história.
Sei que não tenho autoridade moral para dar conselhos a quem quer que seja, no entanto não posso calar a afronta que sinto ao saber que estamos a esvaziar a nossa terra de valores e peças insubstituíveis e fundamentais para figurarem no futuro Museu da freguesia.
A história não se faz do vazio, pois um povo sem história é um povo sem memória, e é essa memória que a todos nós é pedida, para que o Soito no futuro tenha o passado que muitos hoje lhe querem negar.

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