A política e os políticos
Em vez de “ciência ou arte de governar uma nação”, por má formação, educação deficiente, ou exemplo degradante dos políticos, a política é a arte da malcriadez, da inveja, da intriga, da demagogia e de outros atributos nada abonatórios ao comportamento daqueles que seguem esta “arte”, pois divide as famílias, os povos e a Nação, em vez de aglomerar num todo as forças dispersas, na busca de um futuro melhor, independentemente das ideias que cada qual professa por convicção, ou até por interesse...!
Cada qual, no seu orgulho, julga-se superior aos outros e tudo o que os demais fazem é irrelevante e desinteressante, só eles se julgam os donos da verdade e do mérito, os senhores da vontade do povo, os seus representantes, em diminuição de todos os outros.
A política serve de veículo para a propagação da mentira, da intolerância, e da corrupção por parte de quem, sem escrúpulos, aproveita os dotes oratórios de que é portador para levar ao engano os menos avisados e fazer parecer certo o que é reprovável, mercê de uma linguagem que atrai e comove mas que transporta em si uma carga venenosa capaz de contaminar uma maioria ávida de palavras lindas e incapaz de distinguir o sentido oculto ou premeditado que as motiva.
A política, em lugar de trazer a liberdade ao homem, condiciona-o nessa vertente do direito legítimo que lhe assiste, já que defendendo determinadas ideias, pode ser conotado com ideais opostos só porque conversa ou acompanha com indivíduos defensores de outros princípios que não os daqueles que o ousam classificar.
Diz o Dicionário que política é “a arte da governação dos povos”, eu diria que é antes de mais a arte da auto governação em partilha com aqueles que vestem a mesma cor partidária, por oportuna, ainda que vazios de credo ou pensamento.
A credibilidade dos políticos, vem desde há muito a descer de nível (tal como as Bolsas) e não se prevê uma subida de cotação, individual ou colectiva, porque o verbalismo agressivo e reprovável, o auto elogio, a arrogância e o comportamento nada exemplar, rebaixam e diminuem, deixando a nu as contradições do “pensar - agir” em que vivem tantos pseudo democratas e republicanos teoricamente assumidos mas que na prática são autênticos monárquicos que lançam ancora e criam raízes nos cargos que ocupam com vista a perpetuarem-se nas funções o que significa uma negação activa das ideias defendidas.
Claro que como em tudo há raras excepções, poucas, em que por dever, pela obrigação de servir, e por um principio ético recomendável, ainda há políticos dignos, embora com dificuldade se possam furtar aos adjectivos que, para todos, alguns dos seus pares conseguiram conquistar devido á facilidade das alterações de metamorfose com que se conseguem adaptar a este ou aquele ambiente político.
Também não é para admirar que a educação dos cidadãos, apesar do vertiginoso aumento de licenciados ou detentores de outros graus académicos, esteja a um nível tão baixo: têm o comportamento negativo dos seus políticos a servir de exemplo!
Não queria terminar sem deixar dois pensamentos: um de Kruskchev, antigo presidente Russo, que dizia: “os políticos são iguais em toda a parte: prometem construir uma ponte mesmo que o rio não exista”.
Outro publicado no Jornal Union Tribune: “Os políticos são como as fraldas. Devem ser mudados constantemente e pela mesma razão”.
Não comento estas afirmações, constato, e deixo á consideração de cada um.
segunda-feira, 1 de março de 2010
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