quinta-feira, 18 de março de 2010

Pedofilia

Congratulo-me por haver hoje, jornalistas de coragem e meios de comunicação que não se submetem ao Poder, seja ele de que tipo for, e que graças a eles todo o Mundo ficou a saber dos escândalos da pedofilia, que durante décadas semeou o terror e a vergonha em Instituições julgadas credíveis e respeitáveis.
Não pretendo condenar qualquer Instituição em si, nem contribuir para o seu descredito, porque tenho a certeza que a maioria dos seus membros é honesta e não merece estar a passar por esta afronta, mas como cidadão, pai e avô, não posso deixar de me sentir revoltado como toda a situação acontecida e com o repetido silencio, ou até encobrimento dos factos, pelos responsáveis administrativos e governamentais e por uma grande parte da nossa hoje tão desacreditada justiça, que não soube ou não quis investigar, talvez pressionada por gente altamente bem instalada nos corredores dos salões da governança, sob cujo manto se aquecia.
A teia, volumosa e bem urdida, rompeu-se, e ao olharmos para o lado de lá, ficámos a saber que convivemos com monstros da pior espécie, que embora de “colarinho branco” são capazes das maiores atrocidades e abusos, que a dignidade humana é para eles de somenos importância, e que face ao dinheiro que têm, ou ao apoio dissimulado mas incontestável de gente influente, se julgam imunes á justiça e donos da vontade alheia.
Investigar e averiguar a verdade, é uma exigência nacional, e as palavras tantas vezes repetidas de que “ninguém está acima da lei” devem passar a fazer parte do código de honra de investigadores e magistrados que não podem descansar até que os culpados sejam conhecidos e julgados segundo a medida exigida por tão malévolo comportamento.
Acredito na justiça, mas como cidadão quero que essa minha fé seja provada neste processo invulgar, não se copiando os resultados de outros processos em que são sempre os mais fracos a arcar com as sentenças condenatórias e a pagar os erros dos poderosos e influentes, é preciso punir, de forma exemplar, todos aqueles que praticaram tais actos aberrantes e também aqueles que através de conivência, activa ou passiva, o permitiram, calaram ou obrigaram a calar.
Portugal tem estado de tanga, agora está de rastos, aliás inserido numa Europa podre, cujos governantes também não estão isentos de culpas em toda esta emaranhada teia de contornos astronómicos, porque a inércia e o silêncio a que se remeteram, não é mais que a prova de que algo poderoso mas perverso os conduzia e limitava.
A justiça, tem neste caso uma oportunidade única de se redimir perante a opinião pública e de fazer esquecer os desleixos verificados em muitos outros, creio que os olhos da maioria dos portugueses estão postos nesses profissionais e esperam deles uma nova atitude perante o crime sobre inocentes.
É ainda reprovável e inaceitável que alguém, seja quem for, pretenda admitir como inimputaveis os malfeitores que durante décadas actuaram de forma consciente sobre seres indefesos e os sodomizaram, mais, é incompreensível que a lei permita a prescrição dos processos que envolvem atentados contra menores e, particularmente, revolta-me ver e ouvir alguns senhores ligados á justiça, apresentar todo o tipo de argumentos para defender os criminosos sabendo a verdade mas obstruindo-a e combatendo-a apenas por dinheiro ou por pressão de quem o tem.
Creio que a todos os profissionais deve ser exigido um mínimo de dignidade, mas muito mais a quem lida com a justiça.
No caso hipotético de estarem implicados cidadãos beneficiados com qualquer tipo de imunidade, deve o Parlamento, por dignidade e respeito, retirar de imediato esse privilégio, não permitindo que a justiça seja amordaçada por qualquer tipo de coacção ou impedimento.
Senhores legisladores, não adormeçam nas vossas cadeiras nem as usem para a intriga pessoal, mas acordem para a realidade, olhem á vossa volta e actuem.
Dizia Emmanuel Swedenborg pensador sueco que viveu no século XVIII: A consciência é a presença de Deus no homem, tanto quanto me é dado perceber hoje, vejo que essa presença se está a desvanecer numa grande parte da sociedade que se vai degradando a um ritmo assustador.
Caso me fosse colocada a possibilidade de votar em referendo sobre se os culpados mereceriam a castração, não hesitaria em concordar, basta de condescendências.
Para terminar gostaria de dizer, que se como é habitual, os poderosos implicados forem ilibados das suas responsabilidades e não for feita justiça, bem posso pedir aos nossos cientistas: por favor usem o vosso saber, importem células do Baltasar Garzon e façam vários clones que bem precisos são!

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