O homem, animal influenciador e influenciável, desce ao mais baixo nível entre todos os seres vivos, quando julga os outros baseado naquilo que ouve e torna credível sem mais averiguações, assumindo como certeza e verdade sua, a mentira ouvida, e a propaga, tomando sobre si parte da responsabilidade pelo boato, pela calúnia ou pela infâmia que invariavelmente atinge inocentes alheios a todos os ardis sobre si inventados com malévolas intenções.
Há uma grande parte de palavras ditas insinuosas, que têm por fonte seres invejosos que geram um tipo de veneno altamente contagioso e que contaminam os menos prevenidos levando-os a colaborar em tal arbitrariedade e a propagar tal doença, descarregando todo o seu peso num cidadão, que sem ser ouvido é condenado em julgamento público á boa maneira da Inquisição ou de uma qualquer crença ou ideia totalitária.
Poucos se dão ao trabalho de saber a verdade, basta um qualquer intriguista ou maledicente, movido não sei por que princípios, pensar em denegrir a imagem do outro e ai vai a maioria boateira seguir-lhe as pisadas e como dizia Nietzsche usar “a lisonja, a mentira e a fraude, o falar nas costas dos outros...” sem ter em conta o respeito devido á dignidade e ao bom nome de cada um, aprestando-se mais a propagar o mal, ainda que na incerteza, do que o bem, feito e confirmado.
A um homem digno, responsável e respeitável não lhe basta saber e crer na fonte, precisa indagar da qualidade da água, coisa que nem todos fazem.
Quando um cidadão, sem provas e apenas baseado em depoimento suspeito dá seguimento a um boato, está a dar provas de uma menoridade moral gritante e a dar a conhecer um qualquer tipo de neuropatia escondida e não merece a confiança de quem o ouve que de futuro ficará alerta.
Ninguém é dono da verdade, logo, ao ouvir a versão de dois contendores será impossível tomar partido por qualquer deles, daí que a prudência aconselhe moderação nas palavras e travão na transmissão dos boatos que não raras vezes acabam por cair na cabeça de quem os inventa e transmite, como podemos queixar-nos das atoardas e boatos veiculados pela comunicação social, se nós fazemos exactamente a mesma coisa e propagamos muito mais depressa o mau e negativo enquanto ignoramos (de propósito?) o que de bom acontece?
Todos devemos abdicar um pouco do orgulho que nos caracteriza e assumirmo-nos como realmente somos: frágeis seres de condição limitada em passagem pela Terra.
É Natal, não limitemos esta quadra á oferta e recepção de presentes que não passam de simples acessórios materiais, mas empenhemo-nos em saber a verdade e façamos uma reflexão apurada antes de, sob a influência de quem quer que seja, optemos por caluniar e condenar o nosso vizinho ou semelhante.
quinta-feira, 18 de março de 2010
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